BASTA DE GUERRA NO NORTE DA SÍRIA! Tomar as ruas no Dia X por Rojava

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Uma revolução começou em Rojava há sete anos, mudando radicalmente a vida de milhões de pessoas. O povo curdo uniu-se a diversos outros povos da região e se organizou em conselhos autônomos, comunas e cooperativas, libertando-se assim da ditadura do regime de Bashar al-Assad. Em particular, a organização autônoma das mulheres tornou-se a força motriz por trás da revolução social e política da região. Durante a luta contra o Estado Islâmico, desenvolveu-se um projeto multiétnico e multirreligioso singular, que hoje garante a coexistência pacífica de milhões de curdos, árabes, assírios, yazidis, armênios, cristãos e muçulmanos. Este projeto, nomeado de Federação Democrática do Nordeste da Síria, está assentado na Crescente Fértil, uma das regiões mais ricas em recursos naturais da região, e é um exemplo único da construção de um governo pacífico e democrático no Oriente Médio. Por tudo isso, tal experimento revolucionário sempre foi visto como um problema para os poderes regionais (notadamente pelos governo de Assad na Síria e Erdoğan na Turquia) e imperialistas (de um lado por Putin, que vê Turquia e Síria como aliados estratégicos da Rússia e por outro a posição ambígua dos EUA) .

RiseUp 4 Rojava e Palestina!

Nos últimos dias e semanas, as ameaças da Turquia contra a Federação Democrática do Nordeste da Síria atingiram um novo nível. O governo de Erdoğan anunciou que está pronto para invadir Rojava, território autônomo e autogerido no norte da Síria, o que pode reacender a guerra civil no país. O presidente Erdoğan quer massacrar aquelas pessoas que derrotaram o DAESH, grupo jihadista, terrorista e fascista conhecido como Estado Islâmico. Tanques e canhões pesados já estão esperando na fronteira turca, os caças F-16 estão prontos e o exército de ocupação turco está se preparando para acabar com a Federação Democrática. No seu rastro, existem milhares de membros de facções islâmicas esperando para marchar para Rojava e o nordeste da Síria. Isto significa o mesmo que vemos todos os dias em Afrin, parte do território de Rojava que foi ocupado pela Turquia em janeiro de 2018: assassinato, estupros, torturas, a expulsão da população local e a reorganização de grupos extremistas islâmicos sob proteção do Estado turco. Uma nova guerra levaria a Síria e todo o Oriente Médio a um novo caos e expulsaria centenas de milhares de pessoas pelas tropas turcas e de seus mercenários islâmicos.

Mas se o governo turco e seus capangas esperam que seus sonhos de genocídio se tornem realidade, eles não levaram em conta a resistência das Unidades de Defesa das Mulheres (YPJ) e as Unidades de Defesa do Povo (YPG) – e especialmente a resistência do povo no norte e no leste da Síria. Aqueles que derrotaram DAESH através do sacrifício de milhares de mártires e a resistência corajosa da população defenderão as áreas autogovernadas contra uma invasão turca.

Todos nós devemos fazer a nossa parte e cumprir nossa responsabilidade de defender essa revolução!

A cooperação militar, econômica e diplomática entre a Turquia, os EUA, a OTAN e os países europeus deve ser denunciada e atacada politicamente. Não há apoio para Erdogan, seu regime e sua guerra! Nenhum suprimento de armas, nenhuma ajuda financeira ou política para as ações genocidas da Turquia!

Se os movimentos democráticos e progressistas decidirem colocar a questão em suas agendas, na mídia, nas ruas, nas fábricas, empresas e salas de aula de seus países, poderemos desenvolver uma força comum contra os planos de guerra da Turquia. Temos de construir uma resistência política permanente capaz de impedir a cooperação com o fascismo turco nos demais países.

Está chegando o Dia X, o começo de uma invasão turca: tomem as ruas, realizem ações, ocupem, perturbem e bloqueiem! Mostre aos responsáveis nos escritórios do governo e nos locais de trabalho o que você acha da guerra deles! Juntos podemos parar a guerra de agressão da Turquia! Nenhuma guerra contra o norte da Síria!

A revolução no nordeste da Síria sairá vitoriosa, todo fascismo será esmagado!

Mais informações:

riseup4rojava.org

internationalistcommune.com

 

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A CONTRARREVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE

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A inclinação contrarrevolucionária da União Soviética era previsível. Bakunin previu perfeitamente como uma “ditadura do proletariado” rapidamente se transformaria em mais uma ditadura sobre o proletariado, 50 anos antes dela ocorrer. Nos anos seguintes, muitos outros anticapitalistas chegaram à mesma conclusão.

Olhamos cem anos para trás e recordamos o aniversário do massacre bolchevique contra operários, trabalhadores, camponeses, prostitutas e camaradas anarquistas que, inúmeras vezes, lutaram lado junto ao Exército Vermelho no combate contras as forças do Czar e imperialistas alemães que queriam restaurar a ordem que submetia milhões a desigualdade e a miséria. Hoje, quando muitas pessoas que não viveram o Socialismo de Estado de verdade e propagam uma versão higienizada dos acontecimentos, é essencial entender que os Bolcheviques dispensaram parte de sua repressão mais sangrenta não contra os contrarrevolucionários capitalistas, mas contra trabalhadores, anarquistas e companheiros em greve socialistas. Aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo. Se acharem difícil de acreditar, por favor, vejam nossas citações, consulte a bibliografia no final e investigue por conta própria.

É preciso mostrar que o rei está nu e que suas mão estão sujas com o sangue de trabalhadores, revolucionárias e revolucionários, sobre os quais caiu a ditadura bolchevique.

Esta versão em zine é adaptada do livro The Russian Counterrevolution, lançado em 2018 e distribuido pela AK Press. Foi feita em caráter de emergência para acompanhar nossos camaradas em turnê pelo Brasil com o coletivo CrimethInc. em junho e julho de 2019. O pdf do livro em inglês pode ser baixado também aqui. Uma versão extendida e aprimorada em português brasileiro está sendo confeccionada e sairá em breve como um livro. Fiquem à vontade para ler, imprimir e distribuir livremente.

Viva a Revolução de 1917!

Abaixo todos os ditadores, representantes e políticos!

Golpe e Resistência: versão para imprimir e traduções

CRISE, GOLPE DE ESTADO E RESISTÊNCIA: uma perspectiva anarquista

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O golpe parlamentar de 2016 marcou o fim da hegemonia petista na política brasileira e a consolidação de uma nova época, onde ventos autoritários e fascistas rondam por todo o continente. Nesse momento é importante pensar qual o terreno em que estamos entrando, quais são os novos atores entrando em cena e quais formas de resistência ainda são úteis. O que é golpe de Estado? Por que chamamos de golpe o Impeachment contra o PT? Como ele se relaciona com outras medidas de exceção cada vez mais comuns a todos os governos modernos? Não seria o golpe e a exceção a regra do jogo desde o surgimento da República no Brasil? Como ambos se relacionam com a nova direita e os novos movimentos autoritários que ganham força no país desde 2013? Qual o nosso lugar, enquanto anarquistas, em meio ao espetáculo da polarização política entre direita e esquerda partidária? Buscamos abordar essas e outras questões para refletir sobre a resistência e a luta social pelo fim do Estado e do Capitalismo num país e num mundo onde a Democracia esconde um estado policial tão assassino e autoritário quanto qualquer ditadura ou império que tenha existido.

Uma versão em inglês publicada pelo coletivo Crimethinc está disponível aqui.


La Crisis política, Golpe de Estado y Resistencia: una análisis anarquista de la coyuntura política en Brasil

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Después de una oleada de protestas anarquistas y autónomas en 2013, Brasil experimentó una reacción de derechas que culminó con la destitución de la Presidenta Dilma Rousseff del Partido de los Trabajadores (PT). Los eventos en Brasil ofrecen un caso de un fenómeno instructivo que prevalecen en otros lugares en el mundo – en efecto, EEUU podría tener experimentado algo similar si Hillary Clinton fuera electa. Mirando hacia Brasil, podemos identificar el peligro de las premisas de movimientos sociales en presentar demandas a las autoridades; podemos ver como los discursos de “combatir la corrupción” sirven a las fuerzas de derechas para competir con los partidos de izquierdas por el poder, mientras legitiman la función del propio gobierno; podemos estudiar como los grupos de derechas se apropiaran de las tácticas innovadoras de los movimientos anarquistas, y explotan medios de defender nosotrxs contra esas amenazas. Sobre todo, en un tiempo en que partidos de izquierdas y derechas están involucrados en luchas cada vez más agudas por el control del estado, nosotrxs tenemos que esculpir un espacio para movimientos sociales que rechazan el estado en sí, resistiendo a los atentados de manipulación y subordinación de todos los partidos. El ejemplo brasileño ofrece un importante punto de referencia para desafíos y oportunidades que enfrentamos hoy en día.

publicação: LUTANDO NO BRASIL em inglês

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Estamos felizes em divulgar o lançamento da publicação Fighting in Brazil, uma versão adaptada para o inglês do texto Lutando no Brasil. O texto foi publicado em português no final de 2015 e busca analisar as lutas sociais dos anos de 2013 a 2015, originalmente lançado pela Facção Fictícia, agora ganha uma versão do coletivo CrimethInc. dos EUA. A nova versão conta com o texto online e pdf pronto para impressão.

Divulguem para compas no exterior que se interessam pelo contexto brasileiro, e que tenham disposição para intercambiar reflexões e aprendizados.

Agradecemos mais uma vez aos coletivos e indivíduos que escreveram para o volume II do Lutando no Brasil, também lançado em 2015, que não chegou a ser traduzida para o inglês ainda.

Acreditamos ser importante difundir mais materiais produzidos localmente para outras línguas, especialmente num contexto onde análises, mesmo anarquistas, vindas da América do Norte e Europa ainda acumulam uma certa hegemonia devido ao privilégio linguístico – e muitos outros.

Gostaríamos de poder lançar mais em outros idiomas, principalmente o espanhol. Quem quiser contribuir e somar nessa empreitada, entre em contato:

facfic@riseup.net

Anarquia e luta!